O fim de ano costuma ser um período de intensas emoções: há quem celebre com entusiasmo, mas também quem sinta nostalgia, ansiedade ou tristeza. Para ajudar a compreender e lidar com esses sentimentos, conversamos com o psicólogo Wladimir Rodrigues, coordenador do curso de Psicologia do Centro Universitário UNICEPLAC.
Por que o fim de ano costuma trazer sentimentos de nostalgia, ansiedade ou tristeza para muitas pessoas?
O fim de ano é um momento carregado de simbolismo. Ele marca o encerramento de um ciclo e, muitas vezes, leva as pessoas a refletirem sobre o que aconteceu nos meses anteriores. Essa reflexão pode despertar nostalgia por momentos bons que não voltarão ou até mesmo por aquilo que ficou pendente ou não saiu como planejado. Além disso, as expectativas sociais sobre “fechar o ano com chave de ouro” podem gerar ansiedade, enquanto a percepção de perda, como a ausência de entes queridos ou mudanças significativas, pode trazer tristeza. É um período em que a memória afetiva e as comparações com o idealizado ficam mais intensas.
Como lidar com a pressão de cumprir metas não alcançadas ao longo do ano?
É fundamental entender que metas são guias, não sentenças. O primeiro passo é aceitar que nem tudo depende de nós e que o caminho percorrido, mesmo sem atingir o objetivo final, pode ter gerado aprendizados valiosos. Reavaliar as metas sob uma perspectiva realista, ajustando-as para o próximo ano, ajuda a transformar essa pressão em motivação. Permita-se celebrar pequenas conquistas e evite a autocrítica excessiva. Crescimento pessoal não é linear e o simples ato de continuar tentando já é um avanço.
De que forma as reuniões familiares podem impactar as emoções durante essa época?
As reuniões familiares podem ser uma fonte de conforto e pertencimento, resgatando memórias felizes e fortalecendo laços. No entanto, elas também podem trazer à tona conflitos não resolvidos, cobranças ou tensões relacionadas a expectativas de convivência. O impacto emocional dessas reuniões depende muito da dinâmica familiar de cada indivíduo. Para lidar com situações desafiadoras, é importante estabelecer limites, focar em interações que tragam alegria e se lembrar de que você não precisa corresponder às expectativas alheias.
Quais estratégias práticas podem ajudar a reduzir o estresse relacionado às festividades e compromissos de fim de ano?
Planejamento: antecipe as tarefas e distribua responsabilidades para evitar sobrecarga.
Autocuidado: priorize momentos para si, como uma caminhada, meditação ou descanso adequado.
Limites saudáveis: aprenda a dizer “não” para compromissos que não sejam essenciais ou que prejudiquem seu bem-estar.
Expectativas realistas: nem tudo precisa ser perfeito. Aceitar imprevistos ajuda a reduzir a pressão.
Conexões genuínas: invista em interações significativas, que realmente agreguem valor emocional.
Que conselhos você daria para quem enfrenta o fim de ano sozinho ou sente solidão nesse período?
Enfrentar o fim de ano sozinho pode ser difícil, mas também é uma oportunidade para se reconectar consigo mesmo. Planeje atividades que tragam prazer, como assistir a um filme que você gosta, cozinhar algo especial ou fazer algo criativo. Busque redes de apoio, mesmo que virtuais, e lembre-se de que estar sozinho não significa estar isolado. Voluntariar-se em projetos sociais também pode proporcionar um forte senso de propósito e conexão. Por fim, pratique a autocompaixão: acolha seus sentimentos, reconheça suas conquistas e permita-se viver esse momento ao seu próprio ritmo.
Como trabalhar a gratidão e o otimismo para encerrar o ano com uma perspectiva mais positiva?
A prática da gratidão pode começar com um simples exercício: listar diariamente três coisas pelas quais você é grato. Isso ajuda a reorientar o foco para os aspectos positivos da sua vida, mesmo em momentos difíceis. O otimismo pode ser cultivado ao reconhecer o potencial de recomeço que o novo ano traz. Reflita sobre os desafios enfrentados e as forças que o ajudaram a superá-los, transformando essas experiências em aprendizado. Pequenos rituais de encerramento, como escrever uma carta para si mesmo sobre as esperanças para o próximo ano, também podem fortalecer esse movimento.
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